DEUSA EM CASA ENCANTADA
Sua cabeça
é uma concha de
mistérios guardados por
cabelos de fios bordados.
Os olhos são portais
por onde flui o arco-íris
dos meus sonhos e
as orelhas sempre estão
se ouvindo, uma a outra.
No nariz está o
casulo de uma borboleta.
A boca, uma
cana de açúcar,
ilumina
quando sorri feliz,
felina e feminina.
Mas se a saliva
é o mais puro
sangue vital,
o hálito é uma
espessa fumaça.
Do pescoço,
uma calma cama
num vale chuvoso,
escorre água até os ombros,
onde nascem orquídeas,
e braços, onde galhos
continuam crescendo.
As mãos
são facas
de rasto, de
abrir rumos
no mato.
A coluna
é um rio caudaloso e
navegável com cuidado,
pois no colo
há um imenso abismo.
Os seios são
carnes de fruta,
a barriga,
pães e vinho,
a cintura,
fogueira e música.
As pernas são
estreitos de areia
que conduzem aos pés,
pedras brancas lisas
como espuma.
A vulva
é névoa, é nuvem, é nebulosa
onde morrem e nascem estrelas.
A aura
verde,
amarela,
marrom,
vermelha,
azul,
branca,
roxa,
é furta-cor.
Sua alma
é fonte de vida
- Natalia -
e de muito amor.
(Guebo)
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