FÉ & ESPERANÇA

I

é vivo!
é vivo!
é vivo!

pois pulsa
incessantemente.

pulsante
o corpo
e a parede
o Congresso
e o Sistema

as coisas duras
pedras
e bens

e as coisas moles
lesmas
e lavas

todas vivas
sendo cultivadas
em pulsões

pulmões, corações
veias, vielas, teias
palácios, porões, escolas
trilhas, olhares, ideias
terras, águas & escolhas

mutantes
processos
progressos
& sustentos

todos pulsantes

inter
penetrantes
relacio
nando-se.

II

anunciaram o fim da história
mas ninguém encontrou

e mesmo quando choramos nossos lutos
pois tantas vidas se extinguiram

outras tantas nasceram

potentes
imprevisíveis
e completamente,
em algum lugar,
    livres

misteriosas poéticas
abundantes expressões
nunca finais
que ninguém conseguiu
estabilizar.

III

a aquarela se refaz
porque é fértil -
brota!

a semente se arreganha
a flor arregaça
e se comunica:
faz o encontro

poder, rebento, feito
desse tudo
sempre
a

~ vibrar
~ tremer
& rachar
& cair

se esfarelar
se espalhar
se reproduzir
na gira bonita do mundo

onde também giram os sonhos
onde gira toda ilusão
e se acorda
um dia
num dia além.

IV

os joelhos ao chão, vão
mas tem sempre uma hora
que a gente levanta
por causa das mãos
que se dão

em casa enflorescida
em criança nascida
em doença cuidada
em mente transformada
em terra retomada
em floresta replantada
em comunidade reatada:

forças ressurgidas
vidas revividas
reverenciadas
reverdecidas.

V

em constantes laços
de milagres artesanais

continuamos vivos!
fiados nos tecidos
da costura infinita

que é: fé e esperança
no potencial infindo
de gerar novos frutos.

(Guebo)

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